
Estudantes de 51 escolas de Santos ficaram sem merenda nesta segunda-feira (6), quando merendeiros, cozinheiros e auxiliares de cozinha, que atuam na rede municipal de ensino, decidiram cruzar os braços.
De acordo com informações da secretária de Educação, Venúzia Fernandes do Nascimento, das 80 unidades municipais de ensino, que envolvem creches e escolas de ensino fundamental, 51 aderiram à greve, 13 funcionaram de forma parcial e outras 16 atenderam às crianças normalmente, nesta manhã.
“Nós organizamos, primeiramente os conselhos de escola. Cada escola deliberou como poderia atender as crianças da melhor forma”, disse a secretária, explicando que cada unidade escolheu se serviria lanche ou se, por exemplo, liberariam os estudantes pra almoçar em casa.
Esse foi o caso da UME Andradas II, onde os pais precisaram buscar os alunos às 11h30, para levar para casa e dar o almoço. “Eu tive que faltar no serviço. Faço bico, mas é um dia que estou deixando de receber pra vir aqui. É um problema para todos os pais”, disse a enfermeira Rita de Cássia Domingos Oliveira, de 47 anos, moradora da Aparecida, que buscou a filha, de 8 anos.
Mais cedo, os trabalhadores participaram de uma assembleia, seguida de manifesto, em frente a Prefeitura de Santos, na Praça Mauá. A categoria reivindica classificação salarial de 16,6%, redução de carga horária semanal, melhores condições de trabalho e são contrários à terceirização da categoria.
Liminar
A paralisação ocorre mesmo após a Administração Municipal conseguir na Justiça, na noite de domingo (6), uma liminar (decisão provisória) determinando que o movimento não acontecesse.
De acordo com a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (SindiServ), o jurídico da entidade tentará reverter a decisão na Justiça.
”Nós queremos declarar para a população, funcionários e para o prefeito que esse governo é um governo covarde, que foi para a Justiça ontem, domingo, para tentar intimidar o sindicato e também os trabalhadores. A greve está mantida no dia de hoje”, declarou o presidente da entidade, Flávio Saraiva.
Em resposta, o secretário municipal de Gestão, Fábio Ferraz afirmou que covardia é sujeitar mais de 40 mil crianças a terem o atendimento prejudicado. “Covardia é desrespeitar o Poder Judiciário, agir na ilegalidade. Esse ano, a Prefeitura de Santos já concedeu um aumento de 11% para toda sua categoria, aumento acima da inflação. Não há atrasos de salários. Qualquer tipo de movimentação fora desse contexto, um novo aumento de 16, % se torna totalmente impraticável”.
Via: A Tribuna online